Aeromoças e Tenistas Russas, um vÔo musical sem asas pela Europa.
Há 9 anos, essa banda vem contagiando o cenário musical com sua pegada diferenciada: um projeto de música instrumental liberto de rótulos e formatações. Em 2008, unidos pela faculdade de cinema da UFSC, em São Carlos (SP), o quarteto, formado por Juliano Parreira (Baixo e SynthBass), Gustavo Palma (Sintetizador), Eduardo Porto (Bateria e SPD) e Gustavo Koshikumo (Guitarra e Sintetizador), resolveu somar forças numa pegada construtiva, fora dos padrões e que levasse o público a uma mistura consciente de sensações, elementos, ritmos, timbrísticos, harmônicos e melódicos. Nasceu daí o Aeromoças e Tenistas Russas, um grupo instrumental com quatro discos já lançados e uma construção de autoralidade baseada na livre experimentação estética.
O grupo está chegando pela primeira vez em Berlim, em parceria com a BOSSA FM e prometem fazer uma apresentação histórica, levando o que há de melhor da música contemporânea, numa onda psicodélica e eletrônica, junto com a discotecagem.
Aeromoças e Tenistas Russas (mais conhecidos como ATR) vem contribuir ainda mais para os projetos e parcerias da BOSSA FM, que tem o objetivo de estar, cada vez mais, em sintonia com a música popular brasileira em seus diversos desenhos, particularidades e inovações. E, claro, divulgar as histórias e produzir conteúdo de qualidade para aqueles que buscam estar antenados com o que anda acontecendo de melhor no Brasil e no mundo. Por isso, confira essa entrevista massa e exclusiva com o pessoal do ATR!
BOSSA FM: Aeromoças e Tenistas Russas é, sem dúvida, um nome muito divertido. Claro que queremos saber como surgiu a ideia e por que o escolheram?
ATR: Na época, foi uma sugestão de um membro da banda pra "chamar atenção" nos festivais que tocávamos, e também na perspectiva de fugir de rótulos musicais. Como era uma banda completamente nova, achávamos que isso poderia ajudar. Hoje em dia já não significa muito pra gente, é apenas um nome e até preferimos usar a sigla ATR, ao invés do nome completo.
BOSSA FM: Com toda essa ruptura de padrões e liberdade de rótulos, como o público recebe as apresentações de vocês?
ATR: Sempre causa uma surpresa em algumas pessoas. Nossos discos são bem diferentes entre si e sempre trouxeram uma carga pop cheia de experimentalismos. Às vezes, as pessoas estão acostumadas com o instrumental erudito ou jazz e esperam outra coisa. Ainda bem que a surpresa geralmente é pro lado positivo e nossa sonoridade atual, mais eletrônica, tem colhido bons frutos!
BOSSA FM: O que estão preparando para esse debut na Europa no Show da ATR?
ATR: Sempre foi um grande sonho poder tocar fora do Brasil. Já passamos por Argentina e Uruguai, mas é a nossa primeira vez fora do continente americano. Estamos muito ansiosos pra ver como será a reação do público nos países que vamos passar, porém nos sentimos em nossa melhor fase e prontos para o desafio. Vai ser interessante juntar o nosso show com a discotecagem, tem tudo pra ser uma noite inesquecível para nós e para o público.Será um show pra dançar! Estamos trabalhando o MIDI, nosso novo compacto, que tem uma carga eletrônica forte. Inclusive uma das músicas se chama Berlim. Vai ser difícil ficar parado!
BOSSA FM: Vamos falar de carreira? Afinal, ainda estamos na metade de 2017. Então, tem novidade rolando por aí?
ATR: Recentemente lançamos nosso primeiro compacto em vinil, o MIDI, gravado com Arthur Joly e Habacuque Lima nos estúdios Trampolim e Reco-head. A ideia é lançar mais músicas ainda este ano. Ainda não sabemos exatamente em que formato, mas já estamos com 6 músicas novas que integram o show e que ainda vão ser lançadas.
BOSSA FM: Desses 9 anos de estrada, que momento mais marcante podemos destacar na carreira de vocês? Algo que tenha feito história ou era um desejo antigo do grupo?
ATR: Acredito que o atual momento é bem marcante: lançar um vinil e fazer uma tour europeia pela primeira vez, passando por casas e festivais consagrados do continente. Ano passado também foi muito bacana, pois fizemos parcerias musicais com artistas de grande expressão como Liniker e os Caramelows, Tássia Reis e Zé Vito. Estamos numa correria só, e claro, muito felizes com o momento e com nossa evolução.
BOSSA FM: Todo artista e música tem alguém que inspira, que desperta os sentidos. Vocês escutam algum artista específico, curtem algum tipo de som?
ATR: A gente escuta muita música contemporânea, com timbres eletrônicos na maioria das vezes. Bonobo, Tycho, Thundercat, Kendrick Lamar, Solange, Flying Lotus. No geral escutamos de tudo um pouco, desde clássicos do rock, funk e soul até a música pop que toca na rádio.
BOSSA FM: Queremos uma palinha do repertório para as apresentações na Europa! Diz para gente, vai! E podem mandar um recado para galera, se quiserem!
ATR: O repertório está super bacana, mas essas três músicas estarão com a gente: Russian Cat Party - MIDI (2017); 2036 - Positrônico (2015); Laguna - A Experiência de Jaque Vilanova (2013). Nosso recado é que gostaríamos de convidar todos para o nosso show! Vai ser muito lindo trocar essa energia juntos.