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Me dá um norte!
Coluna de música e cultura amazônica, por Felipe Cordeiro.
Foto de capa: José de Holanda
MANOEL CORDEIRO | PARÁ
Foto: José de Holanda.
O meu pai Manoel Cordeiro é multi-instrumentista, produtor musical e agitador cultural paraense. Ainda que eu seja suspeito, não posso deixar de dizer algo evidente, é um dos nomes em atividade mais importantes da música do norte do Brasil.
Prestes a completar 70 anos de idade, o artista tem um lastro fundamental se quisermos entender a história dos últimos 40 anos da música produzida na Amazônia. Seja em centenas de discos populares que produziu nas décadas de 80 e 90 ou seja nessa segunda e atual fase da sua carreira, onde gravou discos solos instrumentais, sua obra se confunde com a própria trajetória da música popular brasileira feita na Amazônia.
Além do álbum “Sonora Amazônia” (2013), cuja faixa destaque “Asfalto Amarelo” integrou o filme brasileiro indicado ao Oscar “Pequeno Segredo”, o álbum “Guitar Hero Brasil” (2019) mergulha em sonoridades amazônicas como Lambada, brega, carimbó e batuque, destaque para as faixas “Kalamazoo” e “Curiaú”.
Eu e ele gravamos em 2016 um projeto chamado Combo Cordeiro, nossas guitarras e synths sob bases eletrônicas. Fizemos turnês na Europa, tocando na Copa do Mundo da Rússia em 2016, vale destacar a faixa “Tirando Barato”.
Em 2024, Manoel Cordeiro lançou um álbum aclamado junto de Beto Barreto, guitarrista do grupo Baiana System: Estado de Espírito.
Também com o coletivo baiano, Manoel colaborou na faixa “Palheiro” em “O Mundo dá Voltas” (2024), álbum mais recente da banda. Está programado para este ano o lançamento de um longa metragem que conta mais profundamente a vida e obra de Manoel Cordeiro.